Published on Tuesday, April 16, 2019
Marcelo Rebelo de Sousa é uma “muralha simbólica” contra o aumento do populismo em Portugal, afirma o filósofo francês Bernard-Henri Lévy, que frisa o “papel considerável” da direita liberal para travar o populismo na Europa.
“O Presidente de Portugal, Rebelo de Sousa, é uma pessoa decisiva, essencial, e os portugueses sentem-no […], porque sabem que ele é provavelmente a muralha simbólica contra o que ainda não vos atingiu, ou atingiu apenas de forma embrionária, contra o crescimento do populismo”, afirma em entrevista à Lusa hoje em Lisboa.
“A direita liberal, a direita católica, digo-o, é o tema da minha peça, tem um papel absolutamente considerável a desempenhar nos próximos anos em toda a Europa”, acrescenta o filósofo, em Portugal para apresentar a peça “Looking for Europe” (“À Procura da Europa”) que apresenta no Teatro Tivoli, em Lisboa, a 06 de maio.
A peça, escrita e interpretada pelo escritor e filósofo, é “uma ode à Europa”, contra o nacionalismo e o populismo, apresentada numa digressão europeia que começou a 05 de março em Milão e termina a 20 de maio em Paris, passando no total por 30 cidades europeias.
Em abril, Bernard-Henri Lévy, conhecido em França pelas iniciais BHL, apresentou o espetáculo em Budapeste e encontrou-se com o primeiro-ministro húngaro, o nacionalista e populista Viktor Orbán.
“Isso quer dizer que as forças de que falo – a direita e os católicos – têm um papel enorme a desempenhar. Porque, no final, são a verdadeira barreira ao fascismo, não é a esquerda”, frisa o filósofo.
“Quando vemos a história da Europa, vemos que é quando a direita baixa os braços que o fascismo passa. Quando a direita se mantém firme, o fascismo não passa”, acrescenta.
BHL conhecia Orbán de há longos anos, quando o húngaro combatia o regime comunista na Hungria, e ao revê-lo agora ficou com a impressão de que “ele está preso numa espécie de loucura”.